Reportagem

  O Rio Piracicaba nasce da junção dos rios Atibaia e Jaguari, no município de Americana. Após atravessar a cidade de Piracicaba, recebe as águas de seu principal afluente, o rio Corumbataí. O rio Piracicaba percorre 115 km de sua formação até a sua foz no rio Tietê entre os municípios de Santa Maria da Serra e Barra Bonita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Seu nome se origina da língua tupi guarani que significa 'onde o peixe para'. O rio atravessa uma das regiões mais antigas de ocupação do Estado de São Paulo e está firmemente na cultura da cidade de Piracicaba. Na cidade, diversas festas populares são realizadas às margens do rio, a figura do pescador caipira ainda resiste e a música caipira típica daquela região imortalizou o rio na música Rio de Lágrimas dos sertanejos Tião Carreiro e Pardinho. 

 

  O Rio Piracicaba é o maior afluente em volume de água do rio Tietê, e um dos mais importantes do estado paulista pelo fornecimento de água da região Metropolitana de Campinas e parte de São Paulo. 

 

  O rio era utilizado no século 18 como via fluvial que dava acesso ao Mato Grosso e Paraná e por conta disso a cidade começou a ser formada em volta dele. Na década de 1960, o governo resolveu melhorar o abastecimento na região Metropolitana de São Paulo e, com isso, foram construídas diversas represas nas nascentes do rio. Com esse processo surgiu o maior responsável pelo suprimento de água na cidade de São Paulo, o sistema Cantareira.  

 

  Em meados de 1980, a industrialização na região de Piracicaba cresceu muito e levou a um sucessivo aumento da contaminação nas águas que já estavam escassas no rio, tornando-o um dos mais contaminados do país.  

 

  De acordo ainda com o Águas do Mirante, empresa de saneamento de Piracicaba, com o passar dos anos, as cidades que faziam parte do seu curso construíram estações de tratamento de esgoto, além da criação de grupos de limpeza que foram organizados para coletar os lixos nas margens e no rio, principalmente na cidade de Piracicaba. 

 

O rio Piracicaba durante sua história, passou por três crises de secas, sendo uma em 2000, a outra em 2009 e a última e pior delas em 2014. Neste último, o rio chegou a quase secar e a piracema foi prejudicada caindo em 50% do esperado.

 

  A vazão do Piracicaba ficou em 10,93 mil litros de água por segundo em agosto de 2014 e nível de 79 sendo que sua vazão normal é de 200 á 300 m³ por segundo. De acordo com o Daee (Departamento de Água, Esgoto e Energia) o pior índice da vazão do rio registrado desde então foi em 2003 com 14,69 mil litros de água por segundo e profundidade de 91 cm. Essa insuficiência de água trouxe também o problema da poluição que ficou visível nas pedras e nas margens.  

 

  Em 2015, as águas do Piracicaba começaram a voltar, houve um aumento da vazão devido a chuvas que ocorreram. Com a cheia, a Rua do Porto, tradicional na cidade por possuir diversos restaurantes a beira do rio voltou a atrair os turistas que haviam deixado de frequentar o lugar por conta de seca.