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Rio padece e pescadores sentem o impacto

  A grande crise hídrica foi anunciada já por Tião Carreiro e Pardinho em 1970 com a música “Rio de Lagrimas”, em que dizia que o Rio Piracicaba iria jorrar água pra fora, quando chegar à água dos olhos de alguém que chora, mas quem chorou naquele ano foi o rio Piracicaba. Ele agonizava com a escassez de água que afetou o estado de São Paulo, deixando um dos principais cartões postais de Piracicaba, seco, quase sem vida.

 

  Segundo a Assessoria de Comunicação do Comitê PCJ “é preciso arregaçar as mangas e trabalhar muito para que no futuro tenhamos água em quantidade e de qualidade para todos”.

 

  Com o grande acréscimo populacional de 5,4 milhões aproximadamente nas bacias do PCJ, seu parque industrial e o setor de produção agrícola (com irrigação) tiveram grande desenvolvimento, contudo aumentou o consumo de água e a poluição dos rios. 

  O desrespeito com o bem precioso da água é degenerativo, ele proporciona uma cadeia de consequências que acelera o desequilíbrio do rio, prejudicando não só a própria população, assim como a economia.

 

  Para o pescador Luís Magossi, 55, conhecido na famosa Rua do Porto como Gordo, melhorou a conscientização, sem dúvida, mas é só começar a chover que 90% de quem melhorou os hábitos joga tudo o que tinha melhorado por água abaixo, e a população só muda quando vê a água acabando.

 

  Após o desespero da crise as ações de conscientização se intensificaram, mas há necessidade de manter políticas públicas para alertar e fixar o pensamento de ‘não poder desperdiçar o recurso natural mais precioso, cujo nome é água’. Mas contraposto a ideia de racionamento e conscientização ainda é possível ver as margens do Rio Piracicaba pessoas que vão para pescar e quando saem deixam os restos de produtos e objetos nas margens do manancial.

 

  O discernimento certo ou errado só é notado quando efeitos graves na reprodução dos peixes se intensificam. “Muitos peixes morreram e morrem por causa da poluição das fábricas de papel. A reprodução foi afetada por mais de 15 anos nos peixes. A piracema começou dois meses atrasado por conta disso”, afirma Magossi. 

 

“O problema não é só o “Gordo” não trabalhar, o problema são os peixes que morreram, mais de 50 toneladas de peixe no rio Piracicaba. Muita gente que depende do rio ficou sem trabalhar, ai tem que achar outra coisa para fazer, que foi o que eu fiz. (8 meses de seca)”, disse ele.

E aí? É necessária uma nova crise hídrica para você se conscientizar?

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