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E as medidas públicas?

UMA LINHA "ESTREITA" NA RESOLUÇÃO DA CRISE  

  As medidas públicas para melhorar a situação hídrica vem gerado muita discussão e dividindo opiniões. Em 2003, quando a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) fez estimativas alertando que o sistema Cantareira não iria dar conta da demanda, obras foram programadas e novas outorgas (quantidade de água distribuída) foram criadas, porém muitas não saíram do papel. 

 

  Durante esse período drástico, a população cobrava a resolução dos problemas e o governo do Estado dizia que é justificável e compreensível a preocupação com a crise hídrica, porém tudo estava sob controle. 

 

  Cerca de 90% da população de Piracicaba é abastecida pelo rio Corumbataí, que nasce no município de Analândia. Pelo fato da água do Corumbataí apresentar melhor qualidade, se capta do Rio Piracicaba apenas 10% do consumo total do município porém metade do reservatório é destinada ao sistema Cantareira, de acordo com a Agência do PCJ (Bacias do Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí). 

 

  Piracicaba não passou pelo racionamento, mas passou pelo odor deixado na tradicional Rua do Porto, principal ponto de turismo da cidade. Em contrapartida, o comitê do PCJ tem investido em obras e projetos para melhoria da qualidade das águas dos rios. São obras como estações de tratamento de esgoto, reflorestamento, controle de perdas e outras atitudes que pretendam melhorar a qualidade de vida nas Bacias PCJ. Mas e as cidades que sofreram o racionamento de fato? 

 

  Em meados de maio de 2015, a situação não melhorou e muitas cidades ainda sofrem com o racionamento. No início deste ano o governo do Estado de São Paulo anunciou um pacote de ações emergenciais que visam diminuir a demanda sobre o sistema Cantareira. Em fevereiro era para ter sido iniciada as obras do projeto “Rio Grande”, a principal obra de 2015, que interligará os sistemas Rio Grande e Alto Tietê. Mas para a felicidade da população a obra atrasou três meses, e só foi iniciada dia 04 de maio para entrega em setembro.  Data que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o sistema já estaria funcionando, e para justificar o atraso o governo declarou que foi devido à demora do licenciamento ambiental. 

 

  Também está nos planos do governo, construir para no máximo 2018 duas represas na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que abastecerão a região de Campinas.  As bacias do PCJ é uma das mais exigidas do Estado. Além de ceder águas para o sistema Cantareira, tem uma alta demanda por causa das indústrias e usinas. Aproximadamente oito dessas fábricas têm o direito de utilizar o dobro do recurso hídrico que se destina a população de Campinas que chega a mais de um milhão de habitantes e atualmente depende da captação direto do rio Atibaia. 

  Para que esse projeto dê certo, a Sabesp terá que entregar uma série de obras. A maior delas é a ligação de 4 mil litros de água por segundo entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, que já está atrasada.

 

  Algumas medidas já estão sendo tomadas pelo governo segundo informações da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, confira no infográfico abaixo quais são.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Além dessas medidas, no mês de maio deste ano, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou a Sabesp a aplicar um ajuste imediato de 15,24% na conta de água de todo o estado.  

 

  E a água de reuso?  

 

  Trata-se do esgoto doméstico, por exemplo, que depois de tratado pode ser aplicado na agricultura e na indústria, ou até reutilizado para o consumo humano, mas seu uso ainda é baixo. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou no Seminário Internacional de Gestão da Água em Situações de Escassez em abril, que já foram destinados mais de R$ 2,5 bilhões para obras no estado de São Paulo e que o governo está disposto a destinar mais verbas a outros projetos do estado e de outras regiões do país. 

 

“Os governadores pediram investimentos e o governo federal está arcando com os recursos. Se apresentarem projetos haverá viabilização de apoio. Se não, o governo ficará aguardando eles proporem”, disse Izabella Teixeira. 

 

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